El Método de Cortina Francés en 20 lecciones, d e R. Diez d e Cortina (1928), utiliza u n sistema original: o f r e c e u n t e x t o e n francés s e g u i d o d e u n a traducción literal al cas- tellano y, m á s a d e l a n t e , u n a traducción m á s libre. Para «Bonsoir chérie!», por ejem- plo, ofrece: «¡Buena (primera parte d e la) n o c h e , queridísima!» y para « M a d a m e par- le très b i e n français, n'est-ce pas?» n o s regala con: «Mi s e ñ o r a habla m u y b i e n fran- cés; ¿ n o e s e s o no?»
1 0.
La t r a d u c c i ó n e n l a s u n i v e r s i d a d e s b r i t á n i c a y e s p a ñ o l a
La traducción directa e inversa goza d e u n a larga tradición e n los d e p a r t a m e n - tos d e L e n g u a s M o d e r n a s d e las u n i v e r s i d a d e s británicas. A pesar d e e s o , las clases suelen ser e x c l u s i v a m e n t e prácticas sin intentar abordar las n u m e r o s a s teorías d e la traducción q u e se h a n ido d e s a r r o l l a n d o e n los ú l t i m o s a ñ o s . C o n frecuencia el pro- fesor e n c a r g a d o de dichas clases e s el lector e s p a ñ o l , e n el caso d e la l e n g u a q u e n o s interesa, o a l g u n o d e los j ó v e n e s profesores recién incorporados al departamen- to. El catedrático o los profesores d e m á s e x p e r i e n c i a s u e l e n dedicarse a tareas do- c e n t e s «de m á s importancia». Esta actitud está c a m b i a n d o p e r o , c o m o n o s h a c e no- tar u n autor, todavía n o e x i s t e n i n g u n a cátedra d e teoría d e la traducción e n Gran B r e t a ñ a
1 1. La traducción v a o r i e n t a d a casi s i e m p r e hacia la r a m a literaria, conside- rada «superior» o « m á s difícil» q u e la científica o técnica.
En c u a n t o a la e n s e ñ a n z a m e d i a , se i n c l u y e n traducciones c o m o p r u e b a s e n los e x á m e n e s d e bachillerato tanto a nivel d e «O levéis» c o m o d e «A levéis».
En España n o se e n s e ñ a la traducción o f i c i a l m e n t e a nivel d e e n s e ñ a n z a m e d i a , p e r o m u c h o s libros d e t e x t o incluyen trozos para su traducción. En 1982 se p l a n t e ó Ja c u e s t i ó n d e si e n t r a b a n el francés y el inglés e n las p r u e b a s d e selectividad para el acceso a la Universidad. H u b o reuniones entre los representantes de la enseñanza media y los coordinadores d e la Universidad y e n una d e ellas, a la q u e asistimos, se suscitó m u c h a p o l é m i c a c u a n d o se dio a e n t e n d e r q u e el e x a m e n iba a consistir e n u n a traducción del inglés al español. Corrió el r u m o r d e q u e se había e l e g i d o este tipo d e p r u e b a d e b i d o a la escasez d e p r o f e s o r e s d e inglés para corregir los e x á m e - nes, y se iba a p r o p o r c i o n a r , s e g ú n se decía, la v e r s i ó n correcta (la «solución») e n es- p a ñ o l a p r o f e s o r e s c o n e s c a s o s o n u l o s c o n o c i m i e n t o s de inglés, c o m o si s o l a m e n t e h u b i e s e u n a v e r s i ó n correcta d e u n a traducción. Este rumor, q u e n o se p u d o confir- mar, c a u s ó m u c h o malestar e n t r e el p r o f e s o r a d o , c o m o es lógico, y, s e a v e r d a d o n o , el h e c h o e s q u e todavía n o h a e n t r a d o el inglés e n las p r u e b a s d e selectividad, y el tipo d e e x a m e n , para c u a n d o e l l o ocurra, está todavía sin decidir.
En la Universidad española la traducción suele tener su lugar e n los departamen- tos d e filología inglesa p e r o , c o n a l g u n a e x c e p c i ó n , n o se le c o n c e d e d e m a s i a d a im- portancia. D e h e c h o , m u c h o s licenciados e n filología inglesa se v e n o b l i g a d o s a ma- tricularse e n cursos especiales d e traducción c u a n d o e m p i e z a n a preparar o p o s i c i o n e s a cátedras o agregadurías d e inglés d e instituto p o r q u e e n t o n c e s sí q u e la traduc- c i ó n se e x i g e e n las pruebas d e acceso.
Los a l u m n o s de las universidades politécnicas t i e n e n incluido e n su p r o g r a m a un curso oficial de traducción del inglés al castellano. T i e n e n n e c e s i d a d d e leer re- vistas científicas e n inglés y, por tanto, d e b e n d o m i n a r u n a m p l i o l é x i c o t é c n i c o y las estructuras básicas del inglés.
P e n s a m o s q u e habría q u e decidir si la Universidad es el lugar a p r o p i a d o para la
1 0
La traducción literal completa figura en nuestra obra La lingüística, p. 198.
1 1
Véase P.
N E W M A R K ,op. cit, «Preface».
BOLETÍN AEPE Nº 31. Sara M. PARKINSON DE SAZ. Teoría técnicas de la traducción
e n s e ñ a n z a d e la traducción o si este c o m e t i d o d e b e r í a d e p e n d e r e x c l u s i v a m e n t e d e las e s c u e l a s d e traductores. S o m o s d e la o p i n i ó n d e q u e sí se d e b e e n s e ñ a r e n la Universidad. U n e s t u d i o p r o f u n d o d e los distintos estilos y tipos d e traducción: lite- raria, científica, legal, comercial, etc., ampliaría c o n s i d e r a b l e m e n t e los c o n o c i m i e n - tos lingüísticos d e los a l u m n o s , p e r o a d e m á s estas clases prácticas d e b e r í a n ir a c o m - p a ñ a d a s d e clases teóricas e n las q u e se e s t u d i a s e n n o s o l a m e n t e las técnicas básicas de la traducción, q u e n o s i e m p r e se e n s e ñ a n d e f o r m a sistemática, sino t a m b i é n al- g u n a s d e las teorías desarrolladas p o r lingüistas c o m o Nida, M o u n i n , Cary y Jum- pelt o Vinay y Darbelnet, entre otros.
La teoría d e la traducción encaja e n la lingüística aplicada a u n q u e a l g u n o s la si- túan e n la lingüística c o m p a r a d a . N o o b s t a n t e , el a l u m n o q u e estudia la teoría d e la traducción e n c u e n t r a q u e t i e n e ramificaciones c o n m u c h a s disciplinas c o m o la psi- cología, la s e m á n t i c a , la sociolingüística, la etnoligüística e incluso la filosofía, ya q u e u n e s t u d i o serio d e la traducción i n e v i t a b l e m e n t e c o n d u c e a c o n s i d e r a c i o n e s fi- losóficas acerca d e la relación e n t r e la m e n t e y el lenguaje o e n t r e el lenguaje y la realidad, e n t r e o t r o s t e m a s .
De todas m a n e r a s , c o m p a r t i m o s la o p i n i ó n d e N e w m a r k d e q u e , a u n q u e n o hu- biese otra razón para e n s e ñ a r la traducción e n la universidad, el gran n ú m e r o de t r a d u c c i o n e s m a l h e c h a s e n el m e r c a d o sería razón suficiente para adiestrar a los a l u m n o s d e l e n g u a s m o d e r n a s e n este arte, oficio y ciencia q u e es la traducción
l 2.
T e o r í a s d e l a t r a d u c c i ó n
T a n t o los lingüistas c o m o los filósofos h a n c o n t r i b u i d o al desarrollo d e diversas teorías d e la traducción q u e h a n proliferado e s p e c i a l m e n t e e n los ú l t i m o s años.
El filósofo a m e r i c a n o C. S. Peirce, c o n sus teorías del significado, q u e subrayan el aspecto comunicativo de los signos, ha contribuido d e forma directa al desarrollo de ciertas teorías d e la traducción. Charles Morris (Writings on the General Theory of Signs.
(Approaches t o Semiotics), T h e H a g u e , París: M o u t o n , 1971) es otra figura clave. Morris h a t e n i d o especial influencia e n la llamada «Escuela d e Leipzig», f o r m a d a por u n g r u p o d e i n v e s t i g a d o r e s q u e se h a n d e d i c a d o a elaborar las bases teóricas d e la tra- ducción. El lingüista y traductor d e la Biblia, E. A. Nida, ha d e d i c a d o varias obras a la traducción y c o n s i d e r a r e m o s su teoría del análisis d e los c o m p o n e n t e s m á s ade- lante.
Nida se plantea e n u n a o c a s i ó n la pregunta: ¿es posible la traducción? R e c o n o c e q u e s i e m p r e hay una pérdida d e i n f o r m a c i ó n c u a n d o se traduce d e u n a l e n g u a a otra p e r o esto, sostiene, es cierto, n o s o l a m e n t e d e la traducción sino e n t o d o s los tipos d e c o m u n i c a c i ó n . Sugiere q u e la m e j o r traducción es s i e m p r e la q u e capacita al r e c e p t o r para r e s p o n d e r al m e n s a j e , tanto e n f o r m a c o m o e n c o n t e n i d o , c o m o r e s p o n d e r í a el lector original. Para e s o es m u y i m p o r t a n t e q u e el traductor s e p a a q u é tipo d e lector iba dirigido el t e x t o original y cuáles f u e r o n sus r e a c c i o n e s . Si el p a p e l del lector cobra cada vez m á s i m p o r t a n c i a e n la crítica literaria actual, tam- b i é n d e b e t e n e r i m p o r t a n c i a para el traductor. Las teorías sociolingüísticas d e la tra d u c c i ó n p o n e n especial énfasis e n este a s p e c t o y subrayan q u e el traductor d e b e te- n e r c o n o c i m i e n t o s del autor, del f o n d o histórico del t e x t o y de las c o n d i c i o n e s e n q u e éste fue escrito.
Otra teoría, la d e la traducción semántica, intenta b á s i c a m e n t e traducir c o n la m a y o r fidelidad posible las estructuras s e m á n t i c a s y estructurales del original. Es
1 2 P. N E W M A R K , op. cit. p. 5.
BOLETÍN AEPE Nº 31. Sara M. PARKINSON DE SAZ. Teoría técnicas de la traducción
u n a f o r m a bastante literal d e traducir p e r o n o llega a ser lo q u e se s u e l e e n t e n d e r p o r «traducción literal», e s decir, u n a traducción palabra p o r palabra. Q u i e r e , sobre t o d o , c o n s e r v a r el significado e x a c t o del t e x t o original y p r o d u c e traducciones m u y detalladas. Incluso se le p u e d e acusar d e «traducir d e más» {overtranslating) por ser m á s detallista q u e el original.
La traducción c o m u n i c a t i v a , p o r o t r o lado, se interesa m á s por el lector q u e por la fidelidad al t e x t o original y se esfuerza p o r evitar a a q u é l las dificultades y ele- m e n t o s «extraños». Busca u n estilo i d i o m á t i c o , llano y claro, p r o c u r a n d o llevar a c a b o la t r a n s m i s i ó n de e l e m e n t o s culturales q u e p u e d e n existir e n el original y sus- tituyéndolos p o r t é r m i n o s q u e s o n p r o p i o s d e la cultura d e su lector. U n a traduc- c i ó n c o m u n i c a t i v a , al contrario q u e la s e m á n t i c a , t i e n d e a «traducir d e m e n o s » o undertranslate, p r o d u c i e n d o u n a v e r s i ó n sencilla, e n t é r m i n o s g e n é r i c o s , d e los trozos c o m p l e j o s .
Existe o t r o tipo d e traducción llamada «traducción cognoscitiva». Es u n m é t o d o d e pretraducción y c o n s i s t e e n analizar el t e x t o original y, e n la l e n g u a original, di- vidir los c o m p o n e n t e s d e f o r m a q u e q u e d e l o m á s claro posible el significado. Por e j e m p l o , el adjetivo c o m p u e s t o « h o n e y - s w e e t » se expresaría c o m o « s w e e t as h o n e y » o « e d g e shapes», «shapes o f the e d g e s ». Se utiliza esta técnica sobre t o d o para aquellas o r a c i o n e s m u y c o m p l e j a s o a m b i g u a s c o n el fin d e llegar al s e n t i d o d e la frase antes d e intentar traducirla. N o se suele h a c e r u n a traducción c o g n o s c i t i v a c o m p l e t a sino s o l a m e n t e de aquellas partes del t e x t o q u e o f r e c e n especial dificul- tad.
Otras teorías s o n las filológicas y las lingüísticas. Las filológicas se o c u p a n espe- c i a l m e n t e d e a s p e c t o s d e estilo, analizando p r e d o m i n a n t e m e n t e t e x t o s literarios. Es el tipo de traducción q u e se viene realizando tradicionalmente e n las universidades.
Las teorías lingüísticas, p o r otra parte, están basadas e n u n a c o m p a r a c i ó n d e las es- tructuras lingüísticas del t e x t o a traducir y las d e la l e n g u a a la q u e se traduce. La c o m p a r a c i ó n d e los g é n e r o s literarios o estilos, tan i m p o r t a n t e para la teoría filoló- gica, e s d e m e n o r interés. La aplicación d e la lingüística a cada vez m á s c a m p o s c o m o la e n s e ñ a n z a d e las l e n g u a s , la a n t r o p o l o g í a , la semiótica, etc., explica e n par- te su a u g e así c o m o el interés p o r elaborar u n sistema d e traducción p o r o r d e n a d o r q u e , hasta ahora, h a t e n i d o u n é x i t o m u y limitado.
Son varios los filósofos q u e h a n influido directa o i n d i r e c t a m e n t e e n el desarro- llo d e las teorías d e la traducción. W i t t g e n s t e i n , por e j e m p l o , e n su análisis d e la re- lación entre el lenguaje y p e n s a m i e n t o , q u e para él están í n t i m a m e n t e ligados, con- sidera varias c u e s t i o n e s q u e s o n d e interés para la teoría d e la traducción. Para él, la c o m p r e n s i ó n e s a l g o diferente q u e la e x p r e s i ó n d e e s a c o m p r e n s i ó n . La c o m - p r e n s i ó n n o se e x h i b e , es a l g o interior y espiritual. La e x p r e s i ó n del e n t e n d i m i e n t o , incluso e n la l e n g u a m a t e r n a , es s i e m p r e i n c o m p l e t a , s e g ú n este filósofo, p o r q u e hay a l g o «inexpressable». Por e j e m p l o , n o se p u e d e e n s e ñ a r a nadie un d o l o r de m u e l a s ni se p u e d e probar q u e se tiene e s e d o l o r p o r q u e hay a l g o i n e x p r e s a b l e q u e n o p u e d e transmitir el lenguaje. Las palabras, a d e m á s , e s t á n insertas e n u n sistema q u e s o l a m e n t e es p e r t i n e n t e e n d e t e r m i n a d a sociedad. W i t t g e n s t e i n ofrece el ejem- plo d e la c o r o n a c i ó n d e u n rey q u e n o r m a l m e n t e se e n t e n d e r í a c o m o una e s c e n a d e gran dignidad e importancia, p e r o podría significar lo o p u e s t o , afirma, e n u n a s o c i e d a d e n la q u e el o r o es el m e t a l m á s barato, su brillo se c o n s i d e r a d e m a l gus- to, la tela del m a n t o del rey es m u y barata de fabricar y se c o n s i d e r a la c o r o n a c o m o u n a parodia d e u n s o m b r e r o q u e es u n e l e m e n t o d e vestir muy respetado.
V o l v e r e m o s a la i m p o r t a n c i a d e la cultura e n la traducción m á s a d e l a n t e
1 3