rev bras reumatol.2014;54(5):356–359
REVISTA
BRASILEIRA
DE
REUMATOLOGIA
www . r e u m a t o l o g i a . c o m . b r
Artigo
original
Avaliac¸ão
da
frequência
e
aspectos
dos
ataques
de
pacientes
com
resistência
à
colchicina
em
febre
familiar
do
Mediterrâneo
(FFM)
Gozde
Yildirim
Cetin
a,∗,
Ayse
Balkarli
b,
Ali
Nuri
Öksüz
a,
Gezmis¸
Kimyon
c,
Yavuz
Pehlivan
c,
Ozlem
Orhan
a,
Bunyamin
Kisacik
c,
Veli
Cobankara
b,
Hayriye
Sayarlioglu
d,
Ahmet
Mesut
Onat
ce
Mehmet
Sayarlioglu
daUniversidadeSutcuImam,FaculdadedeMedicina,DepartamentodeMedicinaInterna,DivisãodeReumatologia,Kahramanmaras,
Turquia
bUniversidadePamukkale,FaculdadedeMedicina,DepartamentodeMedicinaInterna,DivisãodeReumatologia,Denizli,Turquia cUniversidadeGaziantep,FaculdadedeMedicina,DepartamentodeMedicinaInterna,DivisãodeReumatologia,Gaziantep,Turquia dUniversidadeOndokuzMayis,FaculdadedeMedicina,DepartamentodeMedicinaInterna,DivisãodeNefrologia,Samsun,Turquia
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem26deagostode2013
Aceitoem17demarçode2014
On-lineem6dejulhode2014
Palavras-chave:
FebrefamiliardoMediterrâneo
ResistênciaàColchicina
Tratamento Depressão
r
e
s
u
m
o
Introduc¸ão:Colchicinaéaviga-mestraparaotratamentodeFFM,queéumadoenc¸a
autoin-flamatóriacompolisserositerecidivante comoprincipalmanifestac¸ão. Apesarde doses
diáriasde2mgoumais/dia,aproximadamente5%-10%dospacientescontinuamasofrerde
seusataques.Nesteestudo,objetivamosinvestigarosaspectosdadepressãoedosataques
empacientescomFFMapresentandoresistênciaàcolchicina(RC).
PacienteseMétodos:EmpacientescomFFM,RCfoidefinidacomodoisoumaisataquesnos
últimosseismeses,quandoemmedicac¸ãocomcolchicina2mg/dia.Dezoitopacientes(nove
mulheresenovehomens)foramrecrutadosnogrupoRCe41pacientesnogrupodecontrole
(29mulheres/12homens).Foramavaliadososachadosdemográficos,clínicoselaboratoriais,
afidelidadeaotratamentoeosescoresdoBeckDepressionInventory(BDI).
Resultados:AidadedesurgimentodaFFMfoisignificativamentemenornogrupoRC(12,3
anosvs.16,9anos,P=0,03).Adurac¸ãodadoenc¸afoimaiornogrupoRC(p=0,01).Dores
abdo-minaisenaspernasemdecorrênciadoexercícioforamsignificativamentemaisfrequentes
nogrupoRCversuscontroles(83%vs.51%;p=0,02e88%vs.60%;p=0,04,respectivamente).
PacientescomescoresBDI>17pontosforammaisfrequentesnogrupoRCversuscontroles
(50%vs.34,1%;p<0,001).
Discussão:Verificamosque:(1)aidadedosurgimentodadoenc¸afoimaisbaixae(2)adurac¸ão
dadoenc¸afoimaiornogrupoRC.Ataquespleuríticos,hematúriaeproteinúriaforammais
frequentesempacientescomRC.Propomosqueadepressãoéfatorimportanteaserlevado
emconsiderac¸ãonasensibilidadeàRC.
©2014ElsevierEditoraLtda.Todososdireitosreservados.
∗ Autorparacorrespondência.
E-mail:[email protected](G.Y.Cetin).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2014.03.022
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357
Evaluation
of
frequency
and
the
attacks
features
of
patients
with
colchicine
resistance
in
FMF
Keywords:
FamilialMediterraneanfever
Colchicineresistance
Treatment Depression
a
b
s
t
r
a
c
t
Introduction: Colchicine is the mainstay for the treatment of FMF, which is an
auto--inflammatorydiseasemainlywithrelapsingpolyserositis.Despitedailydosesof2mgor
moreeachday,approximately5%to10%ofthepatientscontinuetosufferfromitsattacks.
Inthisstudy,weaimedtoinvestigatethedepressionandattackfeaturesinpatientswith
FMFwhohavecolchicineresistance(CR).
PatientseMethods: CRwasdefinedforFMFpatientswith2ormoreattackswithinthelast
6monthsperiodwhileusing2mg/daycolchicine.Eighteenpatients(9Female/9Male)were
enrolledintotheCRgroupand41patientswereenrolledintothecontrolgroup(12Male/29
Female).Demographic,clinicalelaboratoryfindings,treatment adherence,andtheBeck
DepressionInventory(BDI)scoreswereevaluated.
Results: TheageofonsetofFMFwassignificantlylowerintheCRgroup(12.3yrsvs.16.9yrs,
P=0.03).DiseasedurationwaslongerintheCRgroup(P=0.01).Abdominalandlegpaindue
toexerciseweresignificantlymorefrequentintheCRgroupversuscontrols(83%vs.51%;
P=0.02e88%vs.60%;P=0.04,respectively).PatientswithBDIscoresover17pointswere
morefrequentintheCRgroupcomparedtocontrols(50%vs.34.1%;P<0.001).
Discussion:Wefoundthat:(1)theageofdiseaseonsetwaslowerand(2)thediseaseduration
waslongerinCRgroup.Pleuriticattacks,hematuriaeproteinuriaweremorefrequentinCR
patients.Weproposethatdepressionisanimportantfactortoconsiderinthesusceptibility
toCR.
©2014ElsevierEditoraLtda.Allrightsreserved.
Introduc¸ão
Afebre familiar doMediterrâneo (FFM)é doenc¸a
hereditá-riaeautoinflamatóriapredominantementecaracterizadapor
repetidosataques de febre, doresabdominais, dor torácica
pleurítica,artriteeeritemaerisipeliforme.Adoenc¸aémais
prevalente entre judeus não Ashkenazis, árabes, turcos e
armênios.1 Apatogênesesefundamentaprincipalmente na
ausênciaounainsuficiênciadeproduc¸ãodepirina,queéum
peptídeoenvolvidonacascatainflamatóriaequeinibeo
com-plemento5a(C5a).Aindanãoficaramestabelecidosquaissão
osprincipaismecanismosdeflagradoresdosataquesdeFFM.
Colchicinaéaindaaviga-mestranotratamentoda doenc¸a.
Essasubstânciaprevine completaouparcialmenteataques
deFFMeasubsequenteamiloidosereativaqueéconsiderada
comoacomplicac¸ãomaisimportantedaFFM.2
Curiosamente, a resistência à colchicina (RC) é
preva-lenteemaproximadamente10% dospacientes comFFM.A
frequênciaouintensidadedosataquespodeprosseguircom
frequênciaeintensidade similaresoudeclinantes.Os
paci-entes com RC podem ser divididos em não respondentes
completosouparciais.Muitosfatorespodemestarenvolvidos
naRC,inclusivepredisposic¸ãogenética,alémdefatores
ambi-entaisepsiquiátricos.Aindaassim,poucosesabeacercada
etiologiaabsolutadaRCempacientescomFFM.Supõe-seque
afidelidadeaotratamentoerazõespotenciais,porexemplo,
fatoresdemográficos,situac¸ãosocioeconômica,fatores
clíni-coselaboratoriaiseadinâmicapsiquiátrica,sejam fatores
contributivos.
OBeckDepressionInventory(BDI)foidesenvolvidoporBeck
etal.(1979)eadaptadoparaoidiomaturcoporHisli(1988).
BDIéumaescala autoinformada de12 itens queavalia os
sintomasemocionais,somáticos,cognitivosemotivacionais
exibidosnadepressão.Aescalanãopretendediagnosticara
depressão,massimdeterminarobjetivamenteagravidadedos
sintomasdepressivos.Oscoeficientesdecorrelac¸ãodaescala
entreasversõesnosidiomasinglêseturcoforamcalculados
comosendo0,81e0,73(validadedalinguagem);a
confiabili-dadepelométododasmetadespartidasfoi0,74,eavalidade
relacionadaacritérioscomoMMPI-D(MinnesotaMultiphasic
PersonalityInventory) foi0,63.FoirelatadoqueescoresBDI
≥17discriminam,comacuráciasuperiora90%,uma
depres-sãoquepodenecessitardetratamento.Oescoredecadaitem
variade0a3,eoescoreparadepressãoéobtidopelasomado
escoredecadaitem.Ovalormaisaltoé63.3,4
Emconsequência,existemdiferentesestratégias
terapêuti-casparalimitac¸ãodaRCempacientescomFFM.Nesteestudo,
objetivamosinvestigarosaspectosdadepressãoedosataques
empacientescomFFMportadoresdeRC.
Pacientes
e
métodos
Ogrupoemestudoconsistiade59pacientescomFFM
porta-doresdeRC(novemulheresenovehomens)ederespondentes
completos à colchicina (29 mulheres/12 homens).
Pacien-tes portadores de outras doenc¸as concomitantes, inclusive
infecc¸ões,malignidades,doenc¸asautoimunesoumetabólicas,
epacientesquepreviamentetinhamsidodiagnosticadoscom
depressãoecomsubtratamentocomantidepressivosforam
excluídos.Odiagnósticofoiconferido,ainda,umavez
medi-ante reinquiric¸ão dospacientes, emconformidade com os
358
rev bras reumatol.2014;54(5):356–359Tabela1–CaracterísticasdemográficasdosgruposRCedecontrole
GrupoRC(n=18) GrupodeControle(n=41) P
Idadeatual(idade±DP) 30,1±10,5 28,2±9,3 0,5
Gênero(M/H) 9/9 29/12 0,12
Rendamensal(×1000LT) 5(27,7%) 10(24,3%) 0,78
#pacientescasados 5(27,7%) 22(53,6%) 0,59
Níveleducacional(nãoformados) 5(27,7%) 9(21,9%) 0,62
#depacientesdesempregados 2(11,1%) 8(19,5%)
#defilhos(número±DP) 1±1,5 0,9±1,3 0,8
PacientescomhistóriafamiliardeFFM 13(72,2%) 27(65,8%) 0,6
IdadenodiagnósticodeFFM 20,6±8,6 21,9±10 0,6
Tempotranscorridoentreoinícioeodiagnóstico(meses) 92 59,3 0,2
Durac¸ãodadoenc¸a(meses) 212 133 0,01
RC,Resistenteàcolchicina;LT,LiraTurca.
RCfoidefinidacomodoisoumaisataquesemumperíodo
deseismesesemseguidaa12mesesdeterapiaregularmente
administrada.Pacientescom≤1ataquedeFFMdentrodos
seismesesouausênciadeataqueaolongode12mesesforam
randomizadosnogrupodecontrole.Ospacientesnogrupo
de resistência à colchicinaestavam sendo medicadoscom
2mg/diaoucomdosesaindamaiores;nogrupodecontrole
ospacientesestavamusandocolchicinaemdosesabaixode
2mg/dia. Foramregistradososdadosdemográficos,a
fideli-dadeaotratamento, os aspectos clínicosedosataques da
doenc¸a, inclusive dores nas pernas e amiloidose, achados
laboratoriaiseescoresBDI,usodeálcooledenarcóticos.Um escoreBDI>17foi consideradosignificativo paradepressão severanecessitandodetratamento.
Aidade desurgimento dadoenc¸a etambémo
diagnós-tico e o período de tempo transcorrido entre os sintomas
eodiagnósticoforamcuidadosamenteinquiridos.Osdados
demográficosforamaspectossocioeconômicos,porexemplo,
rendamensal,educac¸ãoealfabetizac¸ão,estadocivil,número defilhoseemprego.Paraaclassificac¸ãodasituac¸ão
econô-mica,ospacientesforamcomparadoscomosaláriomínimo
dopaís. Com relac¸ão ao nível educacional, pacientes pós--graduadosforamcomparadosentresi.Aurinafoiavaliada comdipsticksduranteosataques,eosdadosforamcoletados doprontuário.
Ocomitêdeéticalocalaprovouoprotocolodoestudoe
todososparticipantes assinaramoformuláriode consenti-mentoinformado.OstestestdeStudenteANOVAunilateral foramutilizadosparaacomparac¸ãodasmédias.Análisesde correlac¸ãodePearsonforamefetuadasparaaavaliac¸ãodos demaisfatores.Umvalorp<0,05foiconsideradocomo esta-tisticamentesignificativo.
Resultados
Embora os pacientes com RC estivessem implementando
regularmenteoprotocoloterapêuticoduranteoseguimento
deseismeses,40%dospacientesnogrupodecontroleestavam
usandoequivocadamenteosmedicamentos.As
característi-cas demográficas basais dosdois grupos estão listadas na
tabela1.Não houvediferenc¸aestatisticamentesignificativa
entreosgrupos noquedizrespeito a: rendamensal, nível
educacional, estado civil, número de filhos e emprego. A
distribuic¸ãodospacientescom históriafamiliar deFFM foi
similar. Aidade nosurgimento da doenc¸a foi
significativa-mente mais baixa no grupo RC, em comparac¸ão com os
controles (12,3anos vs. 16,9 anos; p=0,03) e a durac¸ão da
doenc¸afoisignificativamentemaiornogrupoRC(212meses
vs. 133meses;p=0,01).Comrelac¸ão aotempotranscorrido
desdeoiníciodadoenc¸aatéodiagnóstico,osresultadosforam
similares;eadiferenc¸anãofoisignificativaentreosgrupos.
Aocompararasqueixasqueacompanharamosataques,dor
torácicapleurítica,eritemaerisipeliformeedoresnaspernas
associadasaesforc¸oforamsignificativamentemais
frequen-tesnogrupoCR(83%vs.51%;p=0,02;16,6%vs.2,4%p=0,04;
88%vs.60%;p=0,04;respectivamente).Alémdisso,
proteinú-riaehematúriatemporáriasforam significativamentemais
frequentesnogrupoRC(p=0,006).Nãofoiobservadadiferenc¸a
significativaentregrupos,noquedizrespeitoàsdores
abdo-minais e à artrite (tabela 2). Não havia história de álcool
ounarcóticosemambososgrupos.Onúmerodepacientes
com amiloidose nos dois grupos foisimilar (tabela2). Não
foidiagnosticadainsuficiênciarenalemqualquerdosgrupos.
PacientescomescoresBDIsuperioresa17pontosforammais
frequentes no grupoRC, emcomparac¸ãocom os controles
(50%vs.34,1%;p<0,001).
Discussão
Neste estudo prospectivo, tentamos avaliar os fatores que
podemlevaràRCentrepacientescomFFM.Aidadeno
iní-ciodadoenc¸afoisignificativamentemaisbaixanogrupoRC,
emcontrastecomogrupodecontrole;adurac¸ãodadoenc¸afoi
significativamentemaiornogrupoRC.Osresultadosdo
ques-tionáriodemonstraramqueospacientesnogrupoRCestavam
sendoregularmentemedicados,comintegralcooperac¸ão
far-macológica.Pacientescomataquesinfrequentesesqueceram
detomaracolchicina.Ademais,nãohaviahistóriadeálcool
ounarcóticosentreospacientescomRC.Naverdade,os
prin-cipaisfatoresetiológicosdeflagradoressubjacentesàRCsão
desconhecidos.Emumestudoprévio,Lidaretal.verificaram
quepacientescomumprognósticograveparaFFMexibiam
mais RC.6 Esses achados concordam bastante com nosso
estudo.Obviamente,pacientescomdoenc¸adelongadurac¸ão
ecomelevadosescoresBDIforammaisfrequentesnogrupo
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359
Tabela2–Característicassintomáticasdetodosospacientes
GrupoRC(n=18) GrupodeControle(n=41) P
Ataqueabdominal 16(88,8%) 39(95,1%) 0,38
Ataquearticular 14(77,7%) 30(73,1%) 0,7
Ataquetorácico 15(83,3%) 21(51,2%) 0,02
Eritemaerisipeliforme 3(16,6%) 1(2,4%) 0,04
Dornaspernasassociadaaesforc¸o 15(83,3%) 25(60,9%) 0,04
Presenc¸adehematúriaeproteinúriatemporáriasduranteosataques 8(44,4%) 5(12,1%) 0,006
depacientescomamiloidose 3(16,6%) 2(4,8%) 0,13
demembrosdafamíliacomamiloidose 2(11,1%) 1(2,4%) 0,16
grupodecontrole.Aocompararmosasqueixasconcomitantes aosataques,dortorácicapleurítica,eritemaerisipeliformee doresnaspernasassociadasaesforc¸oforammaisfrequentes
nogrupoRC,bemcomoapresenc¸adeproteinúriae
hema-túriaduranteosataques.Lidaretal.tambémdemonstraram
queataques abdominais, dortorácicae artriteforam mais
frequentesno grupoRC, enquantoque ataquesde eritema
erisipeliformetiveramfrequênciasimilarnosdoisgrupos.A presenc¸adedepressãopoderiaaumentarafrequênciados ata-quesdeFFM,ouacombinac¸ãodeataquesfrequentesdeFFM
edorinflamatóriapoderiamcausardepressão.Especulou-se
queaatividadedacascatainflamatóriaserotonérgica provo-cariaosataquesdeFFM.7Foidemonstradoqueaintroduc¸ão
de inibidores seletivos da recaptac¸ão de serotonina (ISRS)
diminuiafrequênciadeataquesdeFFM empacientescom
RC.8Nessalinhaderaciocínio,foidemonstradoquefatores
estressantesfacilitamadepressãoeaumentamasecrec¸ãode
citocinasinflamatórias.9Forampublicadosestudosdiscutindo
opapelda depressãonagravidade daFFM,eotratamento
dadepressãotambém diminuionúmero deataques.Esses
achadosrevelamopapeldadepressãonaRC.8
Exacerbac¸õesnainflamac¸ão podem afetara
fisiopatolo-giadadepressão.8EmestudosdeFFMabordandocitocinas,
asconcentrac¸õesplasmáticasdeinterleucina(IL)-2,IL-12,
IL-18efatordenecrosetumoralalfa(TNF-␣)estavamelevadas
empacientesdeprimidos.10,11Acitocinaproinflamatória,
IL-12,estavaelevadatantoduranteosataquescomonoperíodo
livredeepisódios,contrastandocomosestudosemcontroles
saudáveis.12Alémdasecrec¸ãodeIL-12,linfócitosT
citotóxi-cos,IL-2,IFN-␥eTNF-␣tambémaumentaramempacientes
com FFM. Essas citocinas estavam elevadas tanto na FFM
comona depressão.Nossoestudotem umalimitac¸ãopara
asmutac¸õesdogeneMEFVnospacientes,nãodeterminadas
paratodosospacientesrecrutados.Masonossoobjetivofoi
investigaroutrosfatoresqueafetamaRC.
Emconsequência,podemosargumentarqueadepressãoé
razãoimportanteentreosfatoresquepodemlevaràRC.
Coe-rentementecom estudosprecedentes, constatamos queos
achadosdedepressãoempacientescomRCsãomaisgraves,
emcomparac¸ãocomoscontroles.Osclínicosdevemlevarem
considerac¸ãoaintroduc¸ãodeSSRIsempacientescom
resis-tênciaàcolchicina.Verificamosque,nospacientescomRC,
aidadenoiníciodadoenc¸aeramaisbaixaequeadurac¸ão
dadoenc¸a eramaior. Além disso,osataques depleurite, a
hematúriamicroscópicaea proteinúriatemporáriasforam
maisfrequentesempacientescomRCduranteosepisódios
deataque.Éprecisoquesejamconduzidosestudosemmaior
escala.
Conflito
de
interesses
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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e
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